
Atingir velocidades insanas é o sonho de muitos viciados em adrenalina. Mas você já pensou que ao chegar lá, a situação pode não ser tão divertida? Perda de visão, desmaios e até mesmo a morte podem estar esperando por aqueles que vão atrás disso. Afinal, nosso corpo simplesmente não está preparado para lidar com tamanha pressão que é exercida quando chegamos a níveis extremos.
É importante avisar que, por ser influenciada pela gravidade, a força g pode variar bastante de acordo com o planeta em que se está.
Um pouquinho de ciência
Para explicar os efeitos da velocidade no corpo humano, é necessário antes falar sobre o porquê de sofrermos tanto quando estamos rápido demais: a força g. Antes que você pense, não, não estamos falando do filme, mas sim de uma grandeza da física que representa quanta pressão da gravidade está sendo exercida sobre nós.
Calcular isso é bastante simples. 1 g significa que estamos sentindo uma vez o peso do nosso próprio corpo. Já em 2 g, esse peso duplica. Em 3 g, o valor original triplica e assim vai seguindo progressivamente. Pode parecer pouco, mas se imagine sofrendo de uma pressão de 9g, como ocorre com pilotos de caça: uma pessoa de 85 kg sentiria que tem 765 quilos. Para ter uma ideia melhor dos efeitos, basta ver o vídeo abaixo.
Força g vs. efeitos colaterais
Ser submetido a altas velocidades pode ser, sem sombra de dúvidas, fatal. Embora não seja muito difícil resistir a pressões de 2 g, valores superiores podem tornar quase impossível que você simplesmente se mantenha consciente.
3 g
Primeiro nível onde uma pessoa comum começa a sofrer com a velocidade. Embora gere algum desconforto, raramente causa perda de consciência ou qualquer outro efeito colateral. Passageiros de ônibus espaciais costumam passar por esse nível de pressão durante o lançamento e a reentrada.
4 g a 6 g
Ponto em que uma pessoa comum costuma sofrer do efeito chamado “G-LOC” ou perda de consciência induzida pela força g, cujo nome é autoexplicativo. Mesmo não desmaiando, quem é submetido a tanta pressão costuma sofrer de vários outros problemas, como:
- Perda temporária da capacidade de ver cores;
- Efeito “Visão de túnel”, em que a pessoa perde a visão periférica temporariamente;
- Perda temporária da visão.
Tal nível de força g pode parecer difícil de alcançar, mas é na verdade bem comum: montanhas-russas conseguem atingir 4 g com facilidade, podendo alcançar até 6,5 g em certos momentos do trajeto. Veículos feitos para correr, como dragsters e carros de F1, também conseguem chegar a até 5 g, o que é uma boa prova de como o esporte pode ser perigoso.
9 g
O ponto máximo de velocidade atingido por pilotos de caça ao fazerem manobras aéreas, exerce tanta pressão que torna difícil mesmo para pessoas treinadas manterem-se nela sem sofrerem do efeito G-LOC.
Para resistir a níveis tão grandes de velocidade, é necessário um alto nível de treino. E mesmo assim, não é um trabalho fácil. Confira abaixo um vídeo de como tal tarefa pode ser desafiadora.
18 g
Aqui é onde se acredita ser o limite de resistência do corpo humano. Bastam alguns segundos para que nossos órgãos simplesmente não aguentem tanta pressão, rasgando-se em pedaços. Os pulmões são comprimidos com tanta força que se torna impossível respirar. Menos de um minuto é suficiente para a morte certa.
Força g vs. tempo
Mas o verdadeiro perigo de tanta velocidade não está, de fato, em quão forte é a pressão e sim no tempo a que somos submetidos a ela. Uma prova disso está na lista logo abaixo, feita pelo site wiseGEEK, que mostra que aguentamos valores absurdos, desde que por poucos instantes:
- Espirrar gera uma força de 2,9 g. Mas, para a surpresa de muitos, tossir cria uma pressão ainda maior, chegando à 3,5 g com facilidade;
- Levar um tapa nas costas alcança valores um pouco maiores, atingindo em torno de 4,1 g;
- Descer uma escada gera uma pressão quase tão grande quanto à de um caça em pleno vôo: 8,1 g;
- Pode não parecer, mas sentar em uma cadeira gera absurdos 10,1 g;
- Pilotos como Ralf Schumacher e Robert Kubica já atingiram valores ainda mais absurdos em acidentes nas corridas de F1: ambos ultrapassaram 70 g, mas apenas durante milésimos de segundo;
- O atual recorde mundial de resistência do homem à força g é de 82,6 g. E isso por um período bastante “longo” de 0,04 segundos.
- Os astronautas, ao chegar no espaço, experienciam o 0 g, ou seja, a total falta de peso.
Vendo informações como essas, você pode se surpreender com o fato de não desmaiar sempre que vai se sentar no sofá de sua casa, mas não há por que se preocupar. Como dito anteriormente, esses valores normalmente duram milésimos de segundo apenas.
Na velocidade da Luz
Outro assunto causador de muitas discussões é a possibilidade do homem viajar na velocidade da luz e os efeitos que tal jornada traria para seu viajante. Caso houvesse um veículo tão rápido, já viria o primeiro problema: se o ser humano mal aguenta viajar em um caça sem correr risco de vida, como fazer com que ele sobreviva a velocidades centenas de vezes maiores?

Se levarmos em consideração a tecnologia atual, a resposta seria bastante simples: não há como. Isso porque, antes mesmo de chegar aos quase 300 milhões m/s, nosso corpo simplesmente seria esmagado pela força g. Logo, temos de supor que o veículo conseguiria alcançar sua velocidade máxima instantaneamente.
Agora parece que não há como escapar da morte, já que a velocidade é grande demais para suportarmos, certo? Errado. Isso levando em consideração as “palavras” de Einstein. De acordo com ele, qualquer objeto viajando tão rápido quanto à luz iria adquirir tanta energia que literalmente se tornaria parte dela, o que faria com que supostamente não fôssemos mais afetados pela força g. A verdadeira dúvida fica para como voltar ao normal depois disso...
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O corpo humano é uma máquina assustadoramente resistente. Mesmo assim, ele possui seus limites, entrando em colapso com facilidade surpreendente. E você, será que aguentaria a incrível pressão dos 9 g ou apenas um passeio em uma montanha-russa já seria demais?
fonte: tecmundo

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